Anjos II

O céu se abriu sob meus pés

Quando meu mundo estava de ponta a cabeça

Me sufocou com a chuva do mar

Enquanto na terra miserável do meu peito

Eu arrancava suas asas e a enterrava para sempre.

O vento queimava como fogo,

Transformava em cinzas minhas lágrimas ressentidas

Levando-as para o mesmo céu de onde você veio.

Abandonei as esperanças de poder voar ao seu lado

E na tentativa de querer voar sozinho,

O sol me aprisionou.

Sou apenas mais um que chegou perto demais

E agora não tem como mais voltar.

Daqui de cima eu vejo suas asas espalhadas pelo chão,

Esvaindo-se por ai

No mesmo instante em que eu me tornei

Um cemitério de anjos.