NÃO ENTENDO
Não entendo bem dessa entrega
ao silêncio,
desse medo dominante e desconcertador,
que acaba te arremessando
aos trilhos do desalento.
Não entendo bem
dessa mudança brusca, repentina,
desse arrebatamento de pensamento,
todo ele descabido e sem sentido.
Não entendo bem dessas lágrimas,
desse aparente estado sofredor
com requinte de dor,
como queres que eu entenda.
Não entendo bem dessa razão
que diz que tens,
sua descrença seu desamor,
se ontem o horizonte era promissor.
Não entendo bem dessa
falta de sintonia aos meus
chamamentos,
mesmo nesta distância fria.
Revele-se para nossa vida
ela exprime brilhantismo,
não te escondas atrás
das colunas do que não aconteceu.
Exiba-se para esse amor
ofertado pelos deuses,
ele ainda não morreu.
Não vamos silenciar
este sentimento airoso,
que incrementa o nosso
privativo mundo...