CONFISSÃO
Não! Não me julguem
por ter sido desprezado,
não digam que meus
olhos vertem dor
em lugar de lágrimas.
Não digam que em minha
face vive estampado
a saudade de minha amada.
Não contestem meu isolamento,
nem por estar adormecido
nos braços do quebrantamento.
Não observem este
meu estado de confinidade,
por ter me entregue
ao amor simulado de alguém.
Não tentem divisar
o que se encontra latente,
este meu palpitar, como se
fora um pedaço de pano roto
agitado ao vento.
Não imaginem que sucumbi
no dilúvio de uma paixão,
que fui vencido
e que não mais renascerei.
Não considerem o meu agora,
esta indolência,
como sem defesa
só porque demonstro
que amei,
que tudo passou,
saibam, eu ainda amo...