LENDÁRIA

Reza uma lenda dentro em mim de que algum dia poderei amar-te menos

Que os acenos de tua meiga doçura não mais serão torturas

Que o beijo lúcido das loucuras será qual água pura de anseios obscenos

E que verei pequenos os sonhos que te escrevem nas alturas!

Um tosco imaginativo sistema que te exclui por minha inclusão

Bebendo em fontes de ilusão para descrer no ópio que merece fé

Ferindo a febre que te quer, cantando nova dança para o meu coração

Que bebe e come tua feição, que brinca de amar teu ser menina-mulher!

Tão linda como a porcelana oriental, tão diva como a silhueta do luar

Trajada ou nua é como o mar, é tempestade intempestiva

Igual a noite veraneia que investiga o seu perfume de princesa singular

Nascida para me inebriar, flagrada pelo afã de amar que me cativa!

Mas se nem sei diferençar tamanho mito que permeia o irreal

Como dizer ao mal dessa desesperança que me faz bem esse fracasso?

Irei mentir ao laço, direi que me iludiu esse insano ensaio madrigal

E seguirei te amando nessa história sem final à qual sequer se permitiu o primeiro passo!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 22/05/2013
Reeditado em 22/05/2013
Código do texto: T4303539
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