Recordações de um Beijo Inexistente

Naquele beijo inexistente

a vertente do meu desejo

sob a luz do seu enlevo

que alumia meu coração

e no ensejo da sedução

minha proposta foi recusada

entre suas coxas à madrugada

onde recolho-me absorto.

No beijo o amor existente

e na carícia que é sem malícia

eu me entrego ao desassossego

eu me desfaço daqueles medos

de ser ferimento a sua alma

pois, é a entrega em totalidade

do meu ser transparecido

aconchegado ao olhar amigo.

Aquele beijo inexistente

tremulou são e veemente

todas as fibras morfossintáticas

que adjetivam o meu querer

que é de contigo adormecer

e novamente o desprendimento

dos nossos espíritos já libertados

como dois seres nus e transfigurados.

Naquele beijo inexistente

eu guardei minhas lembranças

e meu corpo padeceu de frio

mergulhado em gélida solidão.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 21/05/2013
Código do texto: T4301320
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