AMOR NÃO SE ENCERRA

Minha alma meu amor dorme dentro de teu coração

Como a seiva das árvores centenárias

Profundamente arraigadas na terra da emoção...

Quando penso em ti meu coração é leve pena

Que o vento no ar desenha

E o tempo não irá roubar a cena...

Dissestes que voltarias pra mim

Mais ainda estou ressabiado

Tua promessa chega ao fim

Depois de três anos enfim

Ainda me sinto abandonado

Estou aqui no meu quarto trancado contigo

Como joio e trigo

Enganamos-nos no atrito e no delato

Tu és vaso que de sono dilata

E eu sou vaso acordado e constrito

Não sinto teus laços

Estou só no meu sono em detrito

Sinto-me preso mais não solto meu grito

Cadê aquele corpo que me entendia estendido

E hoje só faz companhia ao meu sono

Que compra um livro não lido

Se me decomponho ao teu lado sem fenda e sem gemido

Calo e durmo e acordando consinto

Ainda há perfume neste frasco de absinto

Vem que nunca é tarde pra recomeçar

O tempo não perde suas asas pra de novo se amar

Nem que precise lavar o florilégio dos teus pés

Sou humilde minha doce menina sem rapapés

Sou teu amor para que se afira ao coração

Sou tua redoma embora seja minha dona

Tu és minha sina meus passos minha senhora reticência

Tu és flor de meu jardim de psicossoma

E eu o aroma de tua essência

Que pela insistência

O vento ao solo tua petala te inclina

E ao pendor sereno do orvalho choras

E cais desmaiada no meu chão de porosa prosa de terra

E mesmo sentada a terra o meu amor não te ignora..

Pois que amor de verdade não se enterra... Se ora!

Pra se voltar pro futuro sem agourar o agora

Seu lugar no mundo sou eu

E é você que ainda não entendeu

Que é você quem está por fora do meu...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 21/05/2013
Reeditado em 21/05/2013
Código do texto: T4300983
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