ALÍVIO IMEDIATO

Eu vagava na solidão onde a tristeza emanava,

O abismo me rodeava e o silêncio era insano!

Tão só minha alma estava o pesar a conduzia

Em estrofes sem alegria num poema cotidiano!

A escuridão era dominante e constante era o frio,

Meu coração vazio sentia a alcova da morte!

Eu lamentava a má sorte e chorava embalada,

Respondia-me o nada por mais que ecoasse forte.

Assim sem mais esperança seguia a passos lentos,

Viajando em pensamentos, ora bons ora ruins!

Querendo dizer mais sins diante a tanta negação,

E sucumbindo, de antemão, aos inatingíveis fins.

Dourava a força prematura que num passado tive,

O sol que ainda vive acabrunhado em meu peito,

Mas já não surtia efeito em minha pele enrijecida

E lacerada pela vida que só me trazia despeito!

Hoje saga está vencida, hoje me sorri a vida,

Ouço a harmonia incontida do bater do meu coração!

Palpitando á um milhão, ele rebela-se neste espaço,

Quer estar no abraço que o libertou do tal grilhão!

E tudo parece tão lindo, e cada suspiro é infindo,

É um oceano fluindo em todos e em cada olhar,

É um se perder nos sentidos, são anseios desmedidos,

São os dedos enlouquecidos sempre a me delatar!

São as mãos que serpenteiam pelos corpos que arqueiam

E os desejos que permeiam e o falar embargado!

É o sentir-se incendiado com as línguas que se entendem

São as estrelas que acendem na noite que estou ao seu lado!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 20/05/2013
Código do texto: T4300639
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