ALÍVIO IMEDIATO
Eu vagava na solidão onde a tristeza emanava,
O abismo me rodeava e o silêncio era insano!
Tão só minha alma estava o pesar a conduzia
Em estrofes sem alegria num poema cotidiano!
A escuridão era dominante e constante era o frio,
Meu coração vazio sentia a alcova da morte!
Eu lamentava a má sorte e chorava embalada,
Respondia-me o nada por mais que ecoasse forte.
Assim sem mais esperança seguia a passos lentos,
Viajando em pensamentos, ora bons ora ruins!
Querendo dizer mais sins diante a tanta negação,
E sucumbindo, de antemão, aos inatingíveis fins.
Dourava a força prematura que num passado tive,
O sol que ainda vive acabrunhado em meu peito,
Mas já não surtia efeito em minha pele enrijecida
E lacerada pela vida que só me trazia despeito!
Hoje saga está vencida, hoje me sorri a vida,
Ouço a harmonia incontida do bater do meu coração!
Palpitando á um milhão, ele rebela-se neste espaço,
Quer estar no abraço que o libertou do tal grilhão!
E tudo parece tão lindo, e cada suspiro é infindo,
É um oceano fluindo em todos e em cada olhar,
É um se perder nos sentidos, são anseios desmedidos,
São os dedos enlouquecidos sempre a me delatar!
São as mãos que serpenteiam pelos corpos que arqueiam
E os desejos que permeiam e o falar embargado!
É o sentir-se incendiado com as línguas que se entendem
São as estrelas que acendem na noite que estou ao seu lado!