Depois que eu te perdi!

Onde eu queria ir quando saí de casa?

Que caminho eu queria seguir quando saí?

Se minha vontade é lassa e rasa

Depois que eu te perdi?

Que queria eu... exaltantes panegíricos

Quando tão belos versos escrevi?

Se a beleza de minha poesia esvaneceu-se

Depois que eu te perdi!

Que quero? Chamar minha morte?... Lembrando os tempos

Eu que contigo fui feliz, sorri;

Se nunca mais meus lábios esboçaram um sorriso sequer!

Depois que eu te perdi!

Meus lábios – estes cancioneiros pálidos

Que elevavam cânticos dóceis para ti,

Vivem agora do hidromel do Santuário da Tristeza –

Depois que eu te perdi!

E estas cantigas tristonhas que suspira minha alma

Que são tão insignificantes que ninguém quer ouvir...

Cheias de melancolia... dor... Que englobam versos de isolamento e mágoas

Depois que eu te perdi!

Oh Deus! Gritei desesperado:

“De quanta infelicidade meus versos preenchi!”

Impressiona até a mim próprio a minha deprimida imaginação

Depois que eu te perdi!

Ai! E como eu chorei...

Quando à explosão da estrela de nosso amor eu assisti!

Agora meu céu é vago... escuro... tão triste!...

Depois que eu te perdi...

E nem posso ao menos,

Dá a ti estes sôfregos versos que eu fiz;

Se vive a amar outro afeto agora,

E sei que ele é tudo que você sempre quis:

Encanta-te a vida; aflora o teu estro,

Domina teu mundo, alegra teu coração, faz de ti um ser feliz;

Nada que um dia pôde ser

Este desventurado e sorumbático meu amor infeliz!...

E onde eu queria ir quando saí de casa?...

Que caminho eu queria seguir quando saí?

Se minha vontade é lassa e rasa

Depois que eu te perdi?...

Fui para o mais fundo mar que existe

E afoguei todas as linhas doridas que eu escrevi:

Se já não via mais beleza nos meus versos

Depois que eu te perdi!