Causas

Minhas palavras são como

relâmpagos.

Desses que clareiam toda a cidade.

As minhas, contudo

clareiam minha madrugada.

Amar é princípio de quem não enxerga,

de quem não mais soletra,

de quem amor precisa.

A meu ver essa coisa do povo

chora desesperadamente como criança.

E em cada berro e lágrima

aplaude a incerteza constante.

Amar é a agonia de quem não é louco.

E apanagio de quem é surdo e escuta,

de quem não fala e grita.

Vão para o brejo todas as almas,

que amor suplica uma palavra.

Não colho letras, só para um suco.

Planto uma rosa, coisa do povo.

E entre os mais finos espinhos

perturbo o lirismo, que grita o amor.

Tayla Ferreira
Enviado por Tayla Ferreira em 20/05/2013
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