DUAS LÁGRIMAS

Quando à noite,

no silêncio do quarto

ao meu lado dormes,

estendo a mão

e no escuro te encontro,

julgo-te estranha

e olhar-te não ouso...

Que fazes ao lado

de mim que repouso

quedado sem ver-te,

sem mesmo querer-te?

A outra sim,

quantas vezes

à luz tremulante da vela

velei o sono

e observei a fronte:

os cabelos dourados

aureolando-lhe a face,

no travesseiro jogados.

Como era bela!

Venerei-a com tanto amor

poder curá-la quisera

no entanto... ela se foi

frágil quimera!

Ocupas agora

o lugar que era dela

e não posso querer-te

muito embora,

pareças com ela...

Perdão querida

não tens culpa se eu

amar só a LIZIE

e não querer-te na vida.

Esquece a loucura

deste ser, te imploro.

Dou-te, se não amor,

toda a ternura

e vês, arrependido,

duas lágrimas choro:

uma para LIZIE

que jaz eternamente

sob o frio da lousa

e outra para ti,

querida estranha

que agora ao meu lado

serena repousa!

Simplesmente Romântica
Enviado por Simplesmente Romântica em 20/05/2013
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