Mate-me, por favor.

Enganos corriqueiros.

E estamos de volta ao ponto de partida.

Subita magoa no fundo do peito

Aquela conhecida vontade de chorar.

E descobri que até que gosto disso.

É a parte onde tudo faz sentido.

Onde tudo é certo.

E amanha o dia será mais claro

mesmo com tantas nuvens negras.

Amanha não haverá questões

ilusões, esperanças demais em algo abstrato.

Amanhã tudo serão fatos

E certezas de que não há nada por vir.

Já passou o tempo da espera.

Agora estamos de volta ao tempo da miseria.

De contemplar o vazio

do teto

do peito

dos sorrisos quentes

que não foram feitos para os meus olhos.

Por favor, agora mate-me.

Já tudo esta certo.

E acabado.

Mate-me, por favor.

Deixe escorrer até a ultima gota.

Deixe sangrar e arder o dia inteiro.

Que Deus salve a rainha,

mas devolva nosso dinheiro.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 19/05/2013
Reeditado em 19/05/2013
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