Vento

No acalento do vento,
Os cedros balançam unidos...
As flores que os espelham
Talvez recordem amores vividos.

Eu eternamente o vento aceitei
Às vezes com desespero e aflição,
Vivi tua interminável vida
Sempre com a mesma emoção.

Quando as muralhas o cercaram
Meus olhos, entre os montes,
Abriram-se, quais flores...
A tudo quanto existia antes.

Minhas mãos o rosto resguardaram
E entre os dedos foi-se o pensamento,
Perdi toda a noção da terra
E de tudo que via naquele momento.

E o medo que eu sentia
Desprendeu e fugiu de mim:
Talvez o vento não mais existisse
Neste universo copioso sem fim.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 18/05/2013
Reeditado em 19/05/2013
Código do texto: T4297370
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