Mel.
Eis-me,
talvez me olhes,
sou viajante noturno,
cumpro o ritual,
bebo o veneno das horas.
Risco fronteiras, desprezo cercas,
caminho, o caminho dos homens,
liberdade confessional.
Não sei se na noite,
conseguirei ler e seguir as tabuletas.
Os neons embaçam minha vista,
perco-me no pó das folhas em asas.
Os grandes medos me acompanham.
Tudo tão vago, tão distante,
cordões de calçadas são caminhos.
Navego.
As pernas voam.
O pensamento ora.
Minhas mãos em lonjura,
lacrimejam o teu mel.