O transe da sereia

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Ao homem,

diante da beleza feminina,

é dado o direito de opinar...

Entretanto, a opção é una:

só podemos admirar!

As mulheres,

quando se despem, mesmo vestidas,

exorbitam desejos, inspirando fantasias...

e o rubro-negro do vestido,

colado ao corpo, é convite – pura magia.

A pose é de estonteante sereia...

E deitar-se é sugestivo demais!

No transe, entre a realidade e o devaneio,

urge que da foto se extravase o grito:

do contentamento da fêmea que apraz.

Ah, esses cabelos doirados – eles cintilam!

Prendem e me convidam, embora silentes.

A poesia que surge do meu delírio latente,

quer transmutar-se pela fluidez da tela;

buscando o toque da foto, longe da janela.

Percebo discretas e rubras garras de felina.

Cabelos, unhas, boca, dorso, corpo...

Tudo se reveste de convite ao olhar certeiro.

Ao imaginar que nesse corpo existe um vespeiro,

queria ser as picadas do transe, por inteiro.

Crato-CE, 16 de Maio de 2013.

13h38min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 16/05/2013
Código do texto: T4293675
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