CINDERELA
aonde a água azul começa o mundo pelo espelho,
Cinderela empunha a espada do pirata
e comanda a guerrilha da bandeira da caveira,
motoesgueira n'avenida alumiada pelo fogo dos desastres,
Cinderela vive amores de combate,
ofertando o sexo no trono dos pesares
aonde o botão dos favores
abre delícias escaldantes de selvageria traquina,
trambicária pistoleira cilindrada,
cavalgafúria quando o horizonte
é o lenço purpurinado da noite,
quando o amor destrambelhado por você
é o fuzil de um encoxo feroz
quando entregar o coração cravado pela guitarra
das serenatas que só os duendes sabem que te fiz,
desperta atitudes radicais
que encerrando a insana contemplação
da distância sem rumo
proporcionam apaixonadas revoluções do espírito no prumo