Meu verso é somente seu
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Meu verso é somente seu
Meu verso
transcende a singularidade do desejo...
Enxertado de humanidade,
reflete a luz que de você,
meiga, dócil e sensível dama,
exorbita, dando razão ao meu viver.
Meu verso,
pleno de reencontros sensoriais,
é o toque de inatingível corpo;
é a sorte de, quiçá, desnudar seu dorso,
alvoroçando-me de encantamento,
ao buscar, sem pressa,
a magia do seu ápice.
Meu verso,
quem diria... Não é nada além de sonho!
Impotente, divaga em poesia...
Impotente?
Não se aflija - nenhum vivente
vislumbrará, em meu verbo,
qualquer heresia.
Meu verso,
ele é fruto de sutil percepção d’uma rara beleza:
nasceu ao vislumbrar lábios carnudos;
floresceu ao despentear ondulosas mechas...
E das madeixas, que esculpem ombros geniais,
afloram tranças que me tornam sedento demais.
Meu verso,
transcendendo as limitações egoístas,
quer venerar a beleza simples, realista,
que paralisa todo atento e certeiro olhar!
Sofro. E minha razão, enfraquecida,
revigora-se, plena, pondo-se a imaginar.
Crato-CE, 15 de Maio de 2013.
21h41min
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