SUPÉRFLUO
(Para minha esposa Elisa)
Mulher, sou um nada sem tua existência...
Sou uma poça d’água brilhando
Um brilho inócuo emprestado e vão,
Sou um grão de palha voando
Arremessado na contramão...
Sou um perfume que ninguém inala
Amontoado de palavras sem fala,
Sem você pra me blindar sou indefeso,
Represento um vazio pra você
E, sem você em mim eu sou coisa oca...
De tua alma sou apenas cúmplice,
De tua doce vida sou animação,
Para teu espírito nobre um peso morto
Em termos de gozo para seu corpo,
Sou uma efêmera masturbação.