Notas e Preitos da Estação
O outono já se debruça
Sobre a seda dourando em perfume
Toda clave em corpo desnudo,
Úmido sereno celeste, carícia de sonhar!
Flora seca e dos heterônimos de Bucareste
Ressurge em lagunas um pó de poesia, um elo,
Anelando letra e melodia numa mesma pauta,
Clarear d’um segredo, anoitecer d’ um poema!
Dos cânticos, lá diapasão, perdão
Mas a lua atrevida ficou encoberta pela estação,
O tão somente pranto confessa-se só
Dentre estes versos revessos, solitude...
Oh, ecoa amor!
Olhar entristecido verbo ateniense,
Inclinando-se ao papel, pena tinteiro...
Amigos do tempo, mensageiros do vento,
Engenhos do subconsciente, poetar...
Ah, eu insisto!
Pelo ar, moduladas fragrâncias,
O jovial da história em anversos tônicos
Como o sentimento latejando nos preitos
Do eleito seio, num doce beijo...
Oh, silente!
16/05/2013
Porto Alegre - RS