O tecelão
Fios e Frios,
Olhares,pavios,
Rios de linhos,
Limam sentimentos e bordam calafrios.
Agulhas vorazes e velozes,
Zunem um choro soturno,
Cessam-se as vozes,
As vezes as vozes.
Máquina antiga, empoeirada,
Fios desgastados,
Culpa da insolvência de alguns,
Que acabam por atrapalhar,
Seu futuro trabalhar,
Fiar,fiar...
Perdoe-me fio de linho nobre,
Sei que sou um plebeu, apenas pobre.
Teço,
Desço,
Padeço,
Seu amor,
eu não mereço.
Prometo tecer ainda que tardio,
O meu impoluto e posposto ofício de fiar,
Fiar,fiar...
Confiar!