O tecelão

Fios e Frios,

Olhares,pavios,

Rios de linhos,

Limam sentimentos e bordam calafrios.

Agulhas vorazes e velozes,

Zunem um choro soturno,

Cessam-se as vozes,

As vezes as vozes.

Máquina antiga, empoeirada,

Fios desgastados,

Culpa da insolvência de alguns,

Que acabam por atrapalhar,

Seu futuro trabalhar,

Fiar,fiar...

Perdoe-me fio de linho nobre,

Sei que sou um plebeu, apenas pobre.

Teço,

Desço,

Padeço,

Seu amor,

eu não mereço.

Prometo tecer ainda que tardio,

O meu impoluto e posposto ofício de fiar,

Fiar,fiar...

Confiar!

Wesley Lancuna
Enviado por Wesley Lancuna em 14/05/2013
Reeditado em 15/05/2013
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