Mulher em ti!
Sublimadas, auroras de lume povoam
os campos no malmequer do teu riso.
Suspensos, num jogo de roldanas, sobem
os panos no palco rosáceo dos corpos.
Visto-me de organdi, desnudo-me de mim.
Soltas-me as tranças, infantas crianças.
Nos nossos rios abertos navegam unicórnios
em madrigais de loiras papoilas.
Cisnes brancos refulgem em tufos de nuvens
na procura pura do silêncio. Hiperbólicos sons
desenham coreografias simbólicas.
Navegam dentro de galáxias de metáforas,
voláteis, em danças ausentes de braços.
Abro-me serena, por dentro de rimas e poemas
e encontro-me Mulher no centro do novelo
adunado das tuas e das minhas pernas.