A precisa precisão
É preciso banir a lágrima e exercer o sorriso,
pois eis que tenho da vida, aquilo que a vida tem.
É preciso cantar contínuo a ária superlativa
que descreve os Seres a quem chamo de filhos.
Cantar a doçura da filha que não vejo,
mas cujo mel eu pressinto e prevejo.
A terna ingenuidade do filho que me quer juiz
de sua nova face, enquanto mostra que me busca
como o porto que abriga as suas chegadas.
Cantar a imensidão do filho que deita na branca folha
as coisas do Mundo e as Poesias da Vida.
E mais é preciso cantar, pois eis que cantarei
o amor que tanto me custou a chegar,
mas que agora se faz eterno nos versos da Marquesa.
Cantar e cantar esse amor pela Musa de sempre,
que ainda longe e talvez distante,
continua a ser o farol que ilumina e decifra os meus labirintos.
Cantar a liberdade que o negro grafite me permite,
enquanto desenho os verdes Poemas da eterna esperança.
Da perene esperança de que dia haverá em que todos caminhos
terminem na grande mesa que de todos saciará as grandes fomes
e de todos, para sempre, perpetuará os codinomes.
Esperança perene de um grande lar que a todos reúna à voltado fogo,
que aquece as almas frias e os corações endurecidos.
Cantar, homens do Mundo, a vida que tenho
e que nem a alternância de riso e pranto
apaga a gratidão de "Violeta" por ter nos dado tanto.
Cantar, homens do Mundo, os dias imperfeitos,
os sonhos não eleitos e os abraços desfeitos,
pois, ainda e de tudo apesar, eis que paira soberana
a reza de quem nunca soube rezar,
mas que por todos eles, aprendeu a acreditar.
Aprendeu a crer que enfim achei meu ninho,
após tanto voar passarinho.
Para Cristina, Thyago, Guilherme e J