AMOR e morte

LI

Mil textos não verbalizam o que não há denominação.

A mais profunda capacidade de amar é silenciar

ver além da pele, do caso e da alma

mais que isso, ser a alma. Livre. Leve e intensa.

A pulsação do universo é íntimo e coletivo

uma mãe maior em que habita(mos) até na morte.

Aliás, a morte inexiste no sentido de fim

o ciclo é constantemente simples e generoso

a folha que seca não desfolha a árvore

o pássaro que cai não desanuvia o céu

a estrela morta não deixa de brilhar

e nenhuma das coisas mortas deixam de acontecer,

as partes menores não são menos importantes

na verdade não existe o importante, nem verdade

porque não há infortúnios, nem mentiras.

Não existe falha, nem dor, e mesmo se houvesse dor

seria tranquilo, porque seria natural.

O amor é naturalmente, uma recordação.

Shauara David
Enviado por Shauara David em 13/05/2013
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