Último sopro de vida
Afaga o tom da minha fala
não tenho mais nada a perder
não tenho mais vida
apenas palavras queridas
que se esvanecem na memoria
afaga o tom da minha fala
Quanta fome nesta negra escuridão
tão estranhamente até o vento cala
na influencia distorcida da opala
imensa e dolorida dor da solidão
A lua tão pálida e triste se esconde
nas esquinas, avenidas e bares.
grito louco rouco ouve não responde
eu procuro paz em todos os lugares
Tantas são as táteis trevas tensas
todas tentam tolher os meus sentidos
tétricas de doer até aos ouvidos
templos tolos feito são todos pensamentos
E palavras distorcidas
tremulas e comovidas
em apenas um instante
ainda um sopro de vida