Manhãs de domingo

Manhãs de domingo ( reeditado-homenagem a minha mãe)



Já não são as mesmas
as minhas manhãs de domingo.
E sei que para muitos
a diferença também é imensa.
Aírton Senna se foi,
levando consigo a magia
da F1 e toda a recompensa
pelas horas de sono perdidas
para ver as suas corridas
e sentir o coração enlevado
de pura paixão.

O Brasil se rendeu
ao seu encanto,
ao seu talento.
As famílias se juntavam
em frente à televisão
para se emocionar com ele,
para sentir o coração
em uníssono
com toda a nação.

E eu , nessas manhãs
de domingo,
tinha ao meu lado
minha riqueza maior:
Minha mãe!
que na sua simplicidade
e beleza,
somadas a minha
destemperança e afoiteza,
éramos uma alegria só.

Nessas manhãs
de domingo,
era possível esquecer
as agruras da semana,
as dificuldades familiares,
os relacionamentos
conturbados,
a falta de grana
até para pequenos projetos,
pois ela,
a minha mãe,
que nessas manhãs
era tão minha,
estava lá.
E aí, mesmo que a manhã
fosse chuvosa,
ou muito fria,
o sol aparecia no seu sorriso
e o meu mundo interior
sorria junto.
Era possível a alegria.
O Senna estava lá,
o pódio estava também.
E, principalmente,
como valor maior,
inestimável,
tesouro absoluto,
estava a minha mãe.

Por muito tempo
as minhas manhãs
de domingo
ficaram sem sentido,
ficaram sem brilho,
sem calor.

Mas hoje
faço o caminho de volta
e sinto que elas são lindas
ainda.

Ou sempre foram
e sempre serão.
Pois quem teve na vida
um amor tão grande,
incondicional,
quem se alimentou
de tão simples
e doces momentos,
não pode e não deve
perder
a dimensão da fantasia,
da harmonia
e da paz no coração.

Sejam bem-vindas,
manhãs de domingo
ao universo
de minha emoção.


amarilia
Enviado por amarilia em 11/05/2013
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