VOLTEI A TI
Saí errante em busca de teu cheiro nos aromas arrogantes da ausência
A todo custo, pagando preços a suores, querendo te arrancar do que não tive
Adornado infeliz nessa nudez que te traduz e me lacera
Igual o que me desiguala, dançando a música do léu que fez-se estrada em mim!
Saí porque já desisti. Voltei porque não fui a parte alguma!
Era teu sorriso aquele beijo dado pelo vento na relva verde que me fascinou
Tal como a prece de um novo dia que promete ser igual à novidade do amanhã
Porque amanhã serei meu ontem e desesperadamente condenado a ser você em mim!
Fluindo sucos orvalhados que teus lábios me doaram a cada sonho
Com a cintilância cíclica me desencadeando pedaços de teu lindo olhar
Pra que de cego eu me tornasse visto em todas as conquistas da impotência imponente
Que foi maior que a junção dos universos, mas não venceu teu grão de indiferença!
Escombros que me esculpem, com dissidências e êxodos – com hinos mudos
Circundando esferas retas, criando pontos tríplices para encontrar dois referenciais
Por que são três meus devaneios e os pedregais são a suavidade desse relevo
Um que te odeia - outro que esquece - e o último que os desmente!
Então que me perdoem todos os esforços e reforços dotados de fraqueza
Que sejam condescendentes as estrelas moradoras de tua face rubra e bela
Porque tudo que me disse a incerteza tão certeira e vingadora
Foi que o destino há tempos desistiu...
Que o coração há séculos parou...
E cá estou te amando exatamente como outrora!