Cegueira

O amor quase nunca se dá consciente

É liberdade e escravidão

E quando manda, obedece-se.

Direciona sua flecha e não sobra mais nada

Além do amor.

Vai-se vendado, vai-se cego, vai-se.

Nos bosques avermelhados de outono perde-se.

As flores são o espelho. A sombra, o retorno da imagem.

O amor é para além do olhar, da alma, da existência.

É a beleza plena em tentação dum olhar sonâmbulo.

Escravo de um Eros sem fim, vai-se feliz.