Cinquenta tons de cinza, cinquenta tons de você.


Deixa-me bridá-la por seus cabelos, por seus pelos,
Para que não se perca nesta louca cavalgada,
Em busca de si, de mim, dos mais antigos apelos,
Rumo ao infinito de nós dois, mulher amada.
Permite que a amordace para que contenha o grito,
Que a algeme para que se mantenha em nosso leito,
Que a sufoque com este abraço de amor infinito,
Contido por tanto tempo em nosso peito.

Deixa-me conduzi-la suavemente, com enlevo,
Por paragens que nem sequer sabíamos existir,
Extasiando-me com as suaves curvas do relevo
De seu corpo que ora me lanço a descobrir.
Permite que o devasse cauteloso, com carinho,
Desvendando, enfim, cada um de seus detalhes,
Acariciando-o suave, como se com arminho,
Fugindo desta realidade e de todos os males.

Deixa-me penetrar no mais profundo de seu imo,
Deixa que me perca, mesmo que lhe cause dor,
Cavalguemos em busca de nós, de nosso destino,
Pois lá, afinal, encontraremos o perfeito amor.
E em meio aos cinquenta tons de cinza deste instante,
Descobriremos, até mesmo sem saber o porquê,
Ficamos tanto tempo separados, sendo amantes,
Cinquenta tons de mim, cinquenta tons de você.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 08/05/2013
Reeditado em 28/09/2013
Código do texto: T4280909
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