A Bagunça das Horas

Acordei e já não mais tão cedo

Era cedo

Mas já era bem tarde

Foram boas e intermináveis 12 horas de sono

Acordei com lágrimas nos olhos

Foram lágrimas de um bocejo com a boca bem aberta

Foram lágrimas de dores de um sonho

Foram lágrimas de alegria por um sonho

Levantei e era cedo

Lá fora ainda tava escuro

Assim permanecendo por várias horas

Olhei pra árvore quebrada e inconcluída

Seus traços de tinta ainda eram tão belos como antes

Os galhos brancos davam uma sensação de vazio

Os marrons, de panela sem tampa

As bitucas boiavam nos cinzeiros

A água tinha cor de um lago perto da praia

Nesse mesmo sentido

O quarto continuava eternamente bagunçado

Um homem jamais pode viver sem a bagunça do seu quarto

Só assim ele terá por onde começar