AUSENCIAS PRESENTES
Escrevo sim! Falo por nós
falo também por mim, um poeta
que sem você sofre como um despoeta
segredos são como casulos de borboletas
demoram um certo tempo para vazarem na noite escura
mais quando vazam... visitam em sua loucura
todas as flores do planeta... à sua procura!
Sem o beijo de tua boca
eu morro afogado na minha saliva...
Às vezes quando estamos ausentes é que realmente a pessoa amada mais sente nossa presença, como se o mar coubesse numa gota de saudade saindo borbulhante por dentro da gente...
Eu vivo por um fio
Na translucida teia da vida presente
Na morada mais frágil do mundo
Me refugio no acre frio de teu cio ausente
Denuncio na pele a semente do arrepio
Dóceis elas crescem nesta terra de overdose tão hostil
Na meiguice terna de teus olhos de fascínio me crio
Na corrente mágica de tuas águas batizado me recrio
Meu termômetro quando te vejo alimenta meu refil
Não há maior chave de braço
Que um beijo de adeus...
É sentir na ponte da espinhela percorrer um estranho frio
Sou índio de tua safra em extinção ébrio e vazio
Minha alma gêmea és tu... Meu vermelho alaranjado
Deste solo de meu corpo somos um só que o tempo pariu
Que foi moldado com ingredientes de tua terra azul anil
És mais que mãe gentil única entre outras mil
Nem teme quem não se alegra ao próprio corte
Em pauta uma puta caiu e nua palpita agonizante no púlpito
Pois que morte mesmo é um gozo de uma fêmea no cio
Teus mangues escorrem como lágrimas escravas sem estio
Sou apenas mais um deslizando aos troncos e barrancos em calafrio
Por entre os furos sangrentos ás facadas cravadas em teus rios
Ó Pátria amada idolatrada depredada salve, salve o Brasil...
Ó puta amada vendida pra amantes estrangeiros teu senhorio
Perdoemos homem branco cara pálida que pra seu próprio beneficio
Fez da terra que de dor bramiu Brasil um devastado precipício
E nele mesmo
d
i
l
i
g
e
n
t
e
m
e
n
t
e
desesperado e lívido
c
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.....!