Selvagem
Fulminava malícia
Em cada canto do olhar
Liberdade era seu tripé
Não sabia amar.
Seus erros eram negados
E suas fantasias
Teorias sem fundamento
Sentenças vazias
Que encobria sem medo.
Inconstante
Mostrava com sagacidade
Os golpes da vida
Era lindo, transbordava no peito
A mocidade.
Não sabia o que era saudade
Se fez doer por uns instantes
De pura vaidade.
De paixão entre as retinas
Seu sangue bombeava desejo
Ignorava sentimentos
Como um urso, ameaçado,
Se esconde na utopia
E na tempestade
Procura o canto dos pássaros.
Acordar-se da hipocrisia
De amor não ousa viver
Fera domada de malícia
E sobriedade.
Noites em claro não conhecia
Palavras de amor eram inúteis
Em meio a clichês e aventuras
Saturou-se.
Entre um abraço
E um telefonema
Preferiu a hipocrisia
Aprendera com a falha
Uma justificativa.
Crimes que cometera
Vingou-se com rispidez
E o amor? Ah, o amor!
Coitado!
Em tempos de libertinagem
A tudo observa
Sua incensatez.
Tinha sede de nada
Razão ultrapassa o coração
Quando sua vontade gritava
Fera desdenhosa!
Por onde andas o seu sentimento?
Porque não faz do amor
Seu maior alimento?