Não eu
Tu amas a alguém,
e eu só tenho amor.
Daria-te todo o meu eu,
com defeitos e cortesias,
com paixões e erros.
Fantasias e realidades.
Tudo.
Mas tu, tu amas a alguém.
Eu sei que não deveria dizer.
Eu sei que não devo sequer pensar.
Mas tolo que sou, penso.
Insano, quero. (e digo)
Sem promessas e sem restrições.
Sou livre e por isso espero.
Nada mais.
Pois tu, tu amas a alguém.
Eu te daria um pouco do que eu quero.
Só metade. Verdade.
A outra metade eu deixava pra viver contigo.
Colo, carinho, compreensão. Cumplicidade.
Coisas com critérios claros.
Coisas de coração.
Seria teu confidente fiel, teu melhor aconchego.
Seria a tua mais plena convicção de ser amada.
Jamais, mesmo sendo frase feita, verias coisa igual.
Um sorriso, um leve sorriso. Nem isso.
Porque tu, tu amas a alguém.
Eu vivo aqui no canto, esperando não sei o quê.
Querendo não sei o quê.
Pedindo nem sei porquê.
Tolo. Pois tu amas a alguém.
De esperanças constrói-se uma vida.
Não a tenho. Mas não abro mão. Não desisto.
No mundo que é meu tu entras sem pedir licença.
És amada (e cuidada) como nunca imaginou.
Nos devaneios de um romântico perene.
Mas tu, tu amas a alguém.