Amor de primavera
Queria me encontrar com ela,
Numa casa, em que a janela,
Se debruçasse pro mar...
E ouvindo os seus murmúrios,
Eivados de bons augúrios,
Quem sabe eu voltasse a amar?
Não o amor de outrora,
Que não mais sentirei agora,
Porque vivo em fase outonal...
Que de volta me trouxesse,
Meu alegre sorriso, e desse,
Muito afeto e amor carnal.
Se a minha carne implora,
E o meu sentimento aflora,
Porque eu deverei contê-los?
O que um homem mais pretende,
Desde que, assim se entende,
É querer afetos e zelos...
Se assim fosse, a primavera,
Em verdade, quem me dera,
Teríamos de volta, quem sabe?
E quando eu abrir a janela,
Bem junto, abraçado nela,
Pra sempre, o outono se acabe.