Poema 0405 - Loucura poética

Sou um poeta nada comedido,

descomportado quando toco um corpo,

bêbado de paixão,

embriago-me com letras por qualquer amor,

pago o preço das minhas loucuras.

Tente ver o dicionário, poeta e louco,

junto os dois e o amor que tenho em mim...

Que falem dos meus vícios, pouco importa...

Todas as palavras têm algo que me provoca,

as ações, o tempo, quaisquer frestas de um corpo,

tenho lá minhas exceções...

Voltarei a caminhar em meus sonhos,

cada noite uma namorada, muitas são amantes...

Ah... todas têm o rosto da mesma mulher,

o sorriso de tantas que me apaixonei

e o gosto da musa que sempre amei...

Amanhece e de novo vou à procura das letras,

abro todos os livros, leio todas as histórias,

encontro pedaços de poetas pelas folhas amareladas,

restos de paixões que não são da minha época,

amantes que se escondem atrás de cartas manchadas,

mulheres indiferentes ao amor e com medo de viver.

Quero que o louco poeta mostre o livro do amor,

ler do alto de uma paixão um coração pouco maduro,

voltarei todas as noites e gritarei debaixo de uma janela,

bêbado, embriagado pelos olhos daquela mulher,

enlouquecido pelo corpo que aparece nas sombras,

na verdade não sei quem é a musa, ainda assim minha rainha...

Não me libertem da minha loucura, não fechem os livros,

queimem meu corpo apaixonado e deixem-me flutuar,

voltarei ao céu montado na fumaça das minhas alucinações,

que morra engasgado pelas letras descrevendo meu último amor.

15/08/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 15/08/2005
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