Ensejo Amor

Infindas noites já se passaram

Entre palavras emaranhadas,

Versos providos do silêncio

E a magia exercida pela poética

Dos avessos e a solidão do sonhar!

Sob a luz do candeeiro

A brochura de pautas vazias aguarda

Do girassol ventura semente, poema luar

Os tecidos sedosos esvoaçando pelo corredor,

No leito a flor a desnudar... Ah, balé amor!

Calado segredo no peito vagou

Despertando melindres sussurro paixão,

Uníssono ao crepúsculo colhendo ilusões,

Lágrimas a face ao beijo de outono, céu, orar!

Ave a saudade ecoando no seio,

Incontido desejo dando jubilo ao retrato

Do ventre orvalhado, aura perolada!

Imensidão lírios, liras coração

Pulsando ao calor da pele, eleita dor

De amar vislumbrando o outrem, ebulição

Gemido anunciação, do colo ao lábio,

Do abraço ao mudo ensejo!

01/05/2013

Porto Alegre - RS