Folhas noturnas
Amei-te, como se ama todas as coisas,
todos os seres, todo o universo.
Amei-te prudentemente, entre o riso e a dor,
entre a sombra e a claridade, entre o calar e o falar.
Amei-te, como uma planta que não floresceu,
mas trás dentro de si o perfume guardado.
Quantas vezes, busquei-te nas lembranças,
como o equilibrado e delicado voo das aves.
Nas curvas suaves, dos caminhos das borboletas.
Nos tons azuis e vermelhos de um arco-íris, que logo se desfaz.
Busquei em folhas noturnas o perfume que já senti.
Talvez, busquei na tua lembrança, as minhas próprias lembranças,
por não mais me lembrar como eram.
SP/04/2013