Desculpe
Há muito tempo não lhe faço um poema...
Me desculpe!
É porque ando tropeçando nos astros
Distraído.
Porque meus pensamentos não tem sido
Vagos.
E sim entorpecidos do seu nome.
Há muito tempo não lhe dou um presente...
Me desculpe!
Não somente porque sou um pobre
Coitado.
Mas são meus bolsos que não cabem
Dinheiro.
Pois eles já estão cheios de amor pra te dar.
Há muito tempo não te levo pra passear...
Me desculpe!
Sou um cara sem tempo, sem jeito e muito
Confuso.
Pois o tempo que me resta ao teu lado, não sei
Organizar:
Não sei se te beijo, mordo, aperto, arranho, lambuzo,
se te faço carícias, se te bato, se te curo, se te adoeço,
amarro, liberto, se te acordo, se te faço dormir, se te faço perder o juízo ou o pudor, se te faço raiva sem que me tenhas rancor, se te corto e depois lhe passo saliva pra sarar, se te levo pro inverno e depois te aqueço com meu calor, se te mando pro inferno e depois te refresco com uma oração...
Sou esquisito!!!
Me desculpe.
Há muito tempo não te deito na cama...
Me desculpe!
A distância que há entre você e ela é meu magro
Corpo.
Mas isso não quer dizer que é você quem está
por cima.
Porque estamos flutuando num mundo que flutua no universo.
Não há chão, céu, paredes... estamos deslugarizados no espaço.
Mas, se estamos agarrados o meu lugar passa a ser em você,
e o seu em mim.
E isso não é grave, é o universo que não tem gravidade.