Raro Amor Que Se Perde Entre Os Dedos
Cada dia que houver um dia
Lhe trarei flores, lhe darei bom dia
Terei saúde em dores, criarei a nova cria
Te amarei por amores de extrema fidalguia.
Sou o compasso incerto, o futuro mais perto
O frio que não dói, o beijo que corrói
Sou o peito aberto, do solo ao teto
O amor que constrói, ao passo que destrói.
Sou a rotina, a roda viva da vida
Os golpes ainda em ferida
Que sobrevive a infinita despedida
De inimiga amiga.
Deveras ser o bem-querer
Mas aos teus olhos nada podes ver
Planta que nasce e morre sem ter
Flores e frutos assaz démodé.
Era vulcão em erupção:
Encantar, desencantar, se suportar.
Era razão em emoção:
Amar, demolhar, andar.
A cada dia mais notícias:
Nos jornais, na TV, nas revistas
Nas cidades, parabólicas, palavristas
O amor de ar altruísta, egoísta.
Seu olhar era desejo que negava o ensejo
Que pedia um beijo através de desprezo
Apertando a mão, me perdeu entre os dedos
Ao ver no amor as notícias, revelando os segredos.
Eu que sentia tudo quando te via...
Não sinto mais nada, quiçá um bom dia.