pena de poesia
acorda-me, todas as noites,
com farol forçando os olhos
como tortura de inquisição
ricocheteando quem não
faz oração
sem absolvição pros
pensamentos, mutila
(me) com palavras.
curvo-me servil
peço clemência
com pulsos estendidos
e sigo covardemente
sob olhar vigilante
do carcereiro.
com os ombros curvos
subo o cadafalso
e entrego a cabeça
ao carrasco