Um SOLO e um Naufrágio.

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só lamento o atraso do fim

que mente sempre o só

vibrando feliz que há um sol na mente.

não, não se meta

nesse enxame que é o de fora.

não, não se toque o solo, ao ceifador,

onde jaz um coração latino

é sempre abaixo do Equador.

há um solo de andorinhas

que deixaram de fazer verão

há tempos...

e sem destino, sem clichês,

o sonho dessa minha juventude

de arriscada não existe,

não se arrisca para além da própria casca e caminho.

camadas são para se retirar

de nossos corpos frágeis.

e para enterrar os nossos sonhos

mais floridos – ah, um solo...

sóis de flores para murchar com nossas

esperanças esquecidas.

um solo para esconder os nossos ossos,

que feito dois cachorros velhos, nós

tentamos ocultar.

morto amor, nua noite,

correndo lentos atrás do próprio rabo.

só eu e você...

solo para o nosso sol puindo,

caindo...

o big bang.

o bang bang.

o big end.

o nada enfim.

só quartos de separação.

e um outro rastro de papel

atrás da vida

atrás da nossa

vasta

e - Absurda dor de querer mais,

outra história.

falta do que fazer?

coma a utopia.

coma que é macia.

um solo!

um naufrágio!

não, não nos querem salvos.

por favor, desliguem o recinto.

Patrícia Porto

Patricia_Porto
Enviado por Patricia_Porto em 28/04/2013
Código do texto: T4263564
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