Silenciado
À Franciélia Oliveira, amiga querida.
Faltou-me somente o ar na tua frente
Não faltaram palavras, na mente.
Cá estava, aéreo, disperso, morto
Pairando acima da tua majestade,
Sem coerência nem equidade,
Um cetro à tua mão, um torto.
Cá estava silenciado, ouvindo
As águas mansas sorrindo
Ao tocarem tua pele de veludo
E aqui, calado, suspenso, mudo
Insistia em adorar-te, pedindo:
- Ó ninfa de olhos maldosos
Não afaga meus cabelos desejosos
Se não poderei aos teus afagar
Se não poderei abraçar, amar
Se não poderei ao teu ouvido me debruçar.