Teu corpo celeste
Do manto negro da dama,
surgiram infinitas irmãs.
O poeta também proclama
à solitária das manhãs
Entre tantas e entre todas
que os olhos podem enxergar,
a minha era a mais reluzente,
dedicava-me a lhe admirar.
Brilha, brilha, minha estrela,
Brilha, brilha lá no céu!
Passa dia pra que’u a veja,
venha noite com seu véu.
Brilha, brilha, deusa minha!
Brilha, brilha sem parar,
Que este simples mortal
deseja te namorar.
Do sonho se fez uma pedra,
do desejo a pura relação,
Da incandescente beleza
ocupei o seu coração.
Por longos anos foi assim:
Enquanto eu a tinha, ela tinha a mim.
Ela dava-me luz, e eu
dava-lhe grande admiração,
mas, o amor só é esplendido
enquanto houver comunhão.
E uma noite a minha estrela
o seu brilho não tinha mais não.
Com canções a proclamar,
Com o céu, a lua e o mar...
Nada disso lhe agradava,
minha estrela definhava.
Não faça isso minha amada!
Não se entregue a escuridão!
Lute, se não por te, que
seja por meu pobre coração.
Uma noite, a mais triste,
como uma fruta, ela veio a cair,
Rasgou o céu... Cadente minha
ficou perdida longe daqui.
Solitário, ambulante, esperançoso,
Ando sempre a vagar,
vasculhando outros céus, para
a estrela-minha um dia encontrar.