Teu corpo celeste

Do manto negro da dama,

surgiram infinitas irmãs.

O poeta também proclama

à solitária das manhãs

Entre tantas e entre todas

que os olhos podem enxergar,

a minha era a mais reluzente,

dedicava-me a lhe admirar.

Brilha, brilha, minha estrela,

Brilha, brilha lá no céu!

Passa dia pra que’u a veja,

venha noite com seu véu.

Brilha, brilha, deusa minha!

Brilha, brilha sem parar,

Que este simples mortal

deseja te namorar.

Do sonho se fez uma pedra,

do desejo a pura relação,

Da incandescente beleza

ocupei o seu coração.

Por longos anos foi assim:

Enquanto eu a tinha, ela tinha a mim.

Ela dava-me luz, e eu

dava-lhe grande admiração,

mas, o amor só é esplendido

enquanto houver comunhão.

E uma noite a minha estrela

o seu brilho não tinha mais não.

Com canções a proclamar,

Com o céu, a lua e o mar...

Nada disso lhe agradava,

minha estrela definhava.

Não faça isso minha amada!

Não se entregue a escuridão!

Lute, se não por te, que

seja por meu pobre coração.

Uma noite, a mais triste,

como uma fruta, ela veio a cair,

Rasgou o céu... Cadente minha

ficou perdida longe daqui.

Solitário, ambulante, esperançoso,

Ando sempre a vagar,

vasculhando outros céus, para

a estrela-minha um dia encontrar.

Daniel Vitor de Almeida
Enviado por Daniel Vitor de Almeida em 26/04/2013
Código do texto: T4261294
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