Marmitex

há uma mulher cujo vento na alma

espalha estrelas onde unicórnios

concebem o amor,

há uma mulher e todo o resto é sem-questão,

o mero anúncio de auroras não faz justiça

ao que nela desproposita a lenda,

é pura joalheria do céu colher uma lágrima

do que nela é olho mas em nós é sonho e arte,

há uma mulher tão altivamente sensual

que a carne é a flor da alma,

como a face enrugada é a despedida do som,

porque há um homem

que deixa os desejos e delírios como restos de marmitex,

e ninguém diz por trás da fotografia 3 x 4 do documento

o motivo da tristeza no semblante é a mulher que não sabe ser amada,

mas amante de um tempo que não volta porque a guerra do espírito

exige fogo mais tirano que o perdão