Acolhida

Acolhida

Esses meus olhos que já foram tão seus

Esmaecem enevoados, do Amor ateus

Vertem doridas lágrimas de adeus

Aglutinando o lamento de todos os Romeus.

Acreditei na nossa história sozinho

Vi só pétalas, ignorei cada espinho

Me perdi entre veredas, não há caminho

Gosto acre de sangue na delicada taça de vinho.

Nuvens escuras cobriram meu sol

Em meio a tempestade não há farol

Não vislumbro o final da escada em caracol

A ilha paradisíaca virou um deserto atol.

Um dia toda essa loucura será esquecida

A felicidade retornará triunfante à essa vida

Nenhuma lágrima precisará ser escondida

Uma nova paixão será muito bem acolhida.

Leonardo Andrade