Inspiração na desilusão
Como hei de rimar amor
Se o que me domina é singela dor?
Já não posso docemente sorrir
Se o que me afligia é ver teu partir.
Me resta apenas angústia sincera
De não mais poder o que antes pudera
Como em teu abraço me encontrar.
Há como, portanto, me contentar?
Por mais que não há razão em prender-se
A um passado que não pode reiniciar-se
Não é necessário de ti me esquecer
Quando é a esperança que me faz viver.
Logo continuo, por ti, a versejar
O que intensamente de mim emanar
E o que esse amor enalteceria
És tu, de que é feita esta poesia.