Não desistiu de caminhar (em nós) o amor
Quando pauso nos segundos
que me oferecem a vida,
pergunto-me, amado, o que
fazes (ainda) do meu lado,
segurando minhas mãos, detendo
teus olhos aos meus...?
As cores, hoje, se misturam
neste ocaso carregado de nós;
crepúsculo de tons (sobre)viventes
em céu esmaecido,
aguardando o sol partir...
(quem sabe o amanhã virá...?)
Meu relógio em ti é objeto
supérfluo e o teu (em mim)
artefato bélico; campo de batalha
do nosso tempo, levando-nos guerreiros
para objetivos que parecem não
mais serem sonhos... Nestas horas,
sinto falta de tua voz e percebo-a
alegre quando escuta a minha,
feliz por sabê-la a tua procura.
Então...
Abraça-me com tua ternura aquecida,
trejeito menino sempre sorrindo
na grandiosa compreensão e, invenção
de dar sabor à união.
Despe-se do orgulho ou vaidade
quando entrosa me em teu mundo
e despachas meus conflitos e...
dá-me paz...
Daí a percepção;
afinidade não acabou
(durante os anos)
caindo em mim a verdade...
Amo-te, amo-te todo esse tempo!