Se fosses imaculada tela
pintar-te-ia mar - águas cristalinas -
sob a égide de suaves aquarelas...
Sem aspectos sombrios, pigmentos pardos
De nuances claras, essência alva
em movimentos esvoaçantes...

Se apenas um traço me fosse permitido,
serias horizonte, onde meus olhos afoitos
descansariam nos crepúsculos de ti
e vislumbrariam a exuberância orvalhada
das auroras de tuas virtudes!

 
Ah... Se meus esboços alcançassem teu céu...
Serias inda mais constelado!
Não emanarias mais teu olhar de saudade
Não guardarias o frio da noite em tuas aljavas

e sim o calor da proteção
à qual meus braços tanto clamam...

Não... Na verdade não...
Se o desenhasse em brumas de amor,
talvez não tivesses os tons que hoje tens,
que debruam... Envolvem...
Arrancam-me o chão co'a força das marés
e elevam-me em sonhos cerzidos
de sermos papel, pena e pétalas de nós!

 
... Prefiro-te assim...
No meneio dos meus lábios,
no intervalo dos meus cílios,
perfumando minhas manhãs,
ardendo no âmago de minha poesia!





 
Prefiro-te assim...
Palavras banhadas de azuis                     
                      entre os meus silêncios...

 





Ao som de:

Denise Matos
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 23/04/2013
Código do texto: T4254929
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