Aura Negra

Estávamos aparentemente sóbrios à beira de um precipício.

Peço-lhe para dar um passo adiante como prova de seu amor.

Uma aura negra começa a cobri-la, e um sentimento de tristeza tomou Conta de mim.

A minha visão se escureceu completamente.

Ela dizia que não tinha coragem de fazê-lo.

Dizia constantemente que tinha medo.

Dizia que me amava.

Dei-lhe a coragem.

Dei-lhe a força.

Dei-lhe o amor que ela esperava.

Ela seguiu adiante e se jogou.

Ao vê-la em pedaços no chão,

Pude sentir que seu amor por mim

Foi se provando em cada resto mortal

Que ela me deixou com a certeza De que eu estava errado.

Foi aí que a percebi que seria impossível ser feliz

Por deixá-la partir. Por deixá-la morrer magoada.

O meu arrependimento não foi pela sua morte em si.

Meu arrependimento caracterizou-se pelo sentimento que ela deixou:

De profunda decepção, pois me abandonou.

Seu sorriso era doce.

Seu olhar era cativante.

Suas ações eram nobres.

Ela realmente provou-me -e da maneira mais dolorosa -

Como ela me amou. Do jeito como ela ainda me ama.

Oh Deus, ao olhá-la em pedaços no chão,

Seus restos estavam em chamas.

Ao olhá-la em pedaços no chão,

Pude ver a aura negra, gradativamente, desaparecer.

Peguei o seu coração ainda batendo.

Senti que não havia mais o medo de me perder.

É, estávamos sóbrios à beira de um precipício.

EA
Enviado por EA em 21/04/2013
Reeditado em 01/06/2014
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