Fragmentos de mim

Fragmentos de mim

Emaranho-me na mais sombria solidão,

ouço gritar a alma no escuro.

Fujo das gentes que só sabem sorrir,

escondo a dor nas singelas margaridas,

prolonga-se a noite onde todos dormem, até

a próxima noite, onde despertara a dor no coração.

Colho em meu corpo nas gotas do orvalho,

o frescor, e no azul da noite espreito a lua.

Não ouço, o riso jovem dos enamorados,

nem os cantares enganosos das sereias.

Amarro, na boca o doce de seu beijo,

e na alma o meu amor.

Tenho o gesto lento e minutos magros,

na imensa agonia que sorri, eu sou a louca

que vaga em sua morte que o livro das ilusões leu,

estórias de fadas e fantasias, e acreditou no amor,

até aonde o poema insensato espia.

Sufoco o cio do ciúme e de tua ausência não falo,

uso máscara dia a dia, e ao te encontrar, teus olhos não fito.

Não mais serei a flor que queima no faiscar da luz,

sulco com as unhas o sedento corpo que o teu olhar queima,

levo apenas o vazio, eu... Tarde de fogo, sem mais as noites

de amor, sinto o amargo sabor da derrota e me calo.

Lakshmi

(L.T.)

Laskhmi á Deusa
Enviado por Laskhmi á Deusa em 20/04/2013
Código do texto: T4250610
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