Fragmentos de mim
Fragmentos de mim
Emaranho-me na mais sombria solidão,
ouço gritar a alma no escuro.
Fujo das gentes que só sabem sorrir,
escondo a dor nas singelas margaridas,
prolonga-se a noite onde todos dormem, até
a próxima noite, onde despertara a dor no coração.
Colho em meu corpo nas gotas do orvalho,
o frescor, e no azul da noite espreito a lua.
Não ouço, o riso jovem dos enamorados,
nem os cantares enganosos das sereias.
Amarro, na boca o doce de seu beijo,
e na alma o meu amor.
Tenho o gesto lento e minutos magros,
na imensa agonia que sorri, eu sou a louca
que vaga em sua morte que o livro das ilusões leu,
estórias de fadas e fantasias, e acreditou no amor,
até aonde o poema insensato espia.
Sufoco o cio do ciúme e de tua ausência não falo,
uso máscara dia a dia, e ao te encontrar, teus olhos não fito.
Não mais serei a flor que queima no faiscar da luz,
sulco com as unhas o sedento corpo que o teu olhar queima,
levo apenas o vazio, eu... Tarde de fogo, sem mais as noites
de amor, sinto o amargo sabor da derrota e me calo.
Lakshmi
(L.T.)