Mar feito sonho,
O crepúsculo cai na marginal da minha velha cidade,
Eu pausadamente caminho, olhando o bater calmo da maré,
Deste rio, meu aconchego, que transporta consigo a minha idade,
E vazando se dirige para esse enigmático mar,
Assim como eu me dirijo para algum lugar, pé ante pé
Procurando o caminho certo para chegar.
Mar, tantas vidas já levaste contigo,
Foste estrada de aproximação de raças, foste o umbigo,
Quem em tempos de descobrimentos, nos fez sonhar.
Em tempos, que o homem estava a tempo de mudar.
A noite descendo calma sobre o rio,
Distribui os raios lunares pela sua calmaria,
Eu, escuto o mar que traz-me recados de alguém que um dia partiu,
Mas que nunca almejou chegar,
É como se sonhasse, um navio de faina sem pescaria,
Que um dia, encosta ao porto, sem de ele chegar a zarpar.
15 Março 2007 eduardo jorge