CÁLICE DO ADEUS
CÁLICE DO ADEUS
Cacos sobre o chão...
Cortes fundos no dissabor
Na boca o gosto do adeus...
No salto lúcido do coração
Um gole de solidão...
Emendam-se a sede e a voz
Um vinho tinto na ilusão...
Ainda cintila a fala cristalina
Das palavras nuas sobre os dias
Derramadas pelas ventanias
Dias e noites em clarão...
No hálito frio da espera
E na febre insana da solidão...
Tocam-me as notas
Secas do rubro vinho
Ainda ardendo meu destino...
No palco mágico da ilusão.
A lágrima tinta na taça frívola
Esmiuçada numa saudade...
Engolida pelo coração.
Poesia Marisa Zenatte
*Direitos Reservados.